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O beco sem saída e a liberdade limitante.

Inicie tocando Something to Remember - Madonna


Sabe aquela momento em que você se encara e não reconhece o seu verdadeiro eu?


Penso no quanto não valorizo o que é meu. Não cuidei da minha saúde e agora estou em situação deplorável. Vou melhorar, não se preocupe.

As melhores canções me fazem ver o que está a minha frente, de fato, e não ser consumida pelo meu balão de pensamento.

Resolvi situações do passado que me assombravam. Meus fantasmas. Deixei claro que quero seguir minha vida ateísta. Sem anjos, demonios ou fantasmas. Entramos em um consenso. 

Compreendo que grande parte da mesma, machuquei pessoas, tirei o resto de sua resistência, sensibilidade emocional e carinho pela mesma, e com minhas pequenas unhas, a puxo pela derme da sua pele. Fui sim uma grande filha da puta, ainda sou, e reconheço que devo passar pela maré revolta, que sempre retorna, pela ressaca.

Em conclusão geral, me sinto bem, minha vida acadêmica teve uma bela resolução (o fim). Meu trabalho cada dia mais promissor, sem despejar esforço desenecessário, apontando para um alvo inalcançável. São passos de formiguinha. Um de cada vez. Sigo melhor nesse processo. Sem desespero, sem agitação. Minha vida emocional, bem estabelecida, musicas tristes não transformam mais o clima acima da minha cabeça.

Noto um sentimento que já não me visitava a um período, a surpresa. O levantar de sobrancelhas, de forma não verbal. Sutil.

Meus gatinhos andam cada vez mais grudados a minha presença. E meus familiares também.

NÃO.

NÃO VOU PENDURAR O MEU PESCOÇO EM UMA CORDA.


Não sigo com a ideia de que serei eu a que colocará cartas ruins na mesa do jogo, não levo isso como uma resolução de uma possível angustia.

Não atiro a mim, não escolho pelo meu extreno. 

Não perduro próxima a uma parede de vidro pelo qual você se encontre do outro lado.

Não quero ser o diabo, nem a desordem de ninguém. 

A clareza é algo que me conforta. Por mais que não tenha partido de mim em grande escala.

Detesto associar, imaginar, encaixar peças, porra, faço isso automaticamente, e é comum, até para o ser mais ridiculo da terra. EU SOU.


Viver com a liberdade nos trás alívio, e um constante sentimento de procura, do novo, seja ele o cheiro, o gosto, o toque, a vista, o ar. Afinal, é levado em conta o fato de nos enquadrarmos em adaptação.

Se colocassem em suas mãos, duas maletas, somando no total 1 milhão de reais, o que você faria? Qual seria o seu primeiro passo?

Se você não pensou em nada, no mesmo segundo que leu esta frase, não se sinta mal, é comum. Eu  mesma, pensei em sair da rua com as mesmas, a princípio.

Não sabemos lidar com o muito, com o excesso de liberdade, com o excesso de dinheiro, o excesso de emoção ou razão. A nossa consequência é a angustia, a solidão. Sempre será o sentimento básico, simples. A incógnica é constante.

Aprendemos no ensino fundamental, que - com + sempre é -

A diferença é a substração. 

Assim como encontrar o valor da incógnita, seja ele inteiro, ou irracional.

E não levamos em consideração o quanto isso se aplica a nossa vida. Até por
que sempre procuramos respostas inteiras. Para aquele problema de troca no serviço, para formar a melhor fala, a melhor frase de efeito, para remediar a nossa dor (seja ela física, ou emocional), para resolução de um problema. 

Quando encontramos numeros irracionais em nossas respostas, não nos sentimos confortáveis, pois a continuidade da resposta ( cuja ela infinita) não nos recompensa em uma certeza.

Não sou nenhum tipo de gênio da matemática, por mais que gostei por muito tempo dessa matéria, ainda tenho  muito que aprender em seu módulo básico.

Ainda procuro respostas exatas, respostas inteiras, e essa ideia me consome mais do que o cigarro que fumo. Deixei de ativar o meu lado 'exatas' por pouco, e olha onde estou.


Sou a minha maior desordem, e o meu maior caos, assim como meu maior acalento, meu porto seguro. Nada esvai ou adentra sem o meu consentimento. Assinei o meu termo e estou ciente das minhas consequências. Sem choro. Sem dor. Tristeza? Talvez.

Estou aplicando um remédio, recentemente (não é o rivotril, ou o xarope fedorento que tomo para tosse).

Não vou mais fugir do que estrá destinado a mim. Vida me consuma, ja esperimentei de muitas coisas, desde a felicidade transbordante, á tristeza devastadora. O excesso, a falta. E ainda estou a experienciar.

A facilidade é sempre bem vinda, nos isenta de maior volta. Estou propensa a andar mais, se possível, há muito conhecimento que não adquirirmos por querer atingir a frente, ser melhor. Ter a comida feita no prato, não nos gera a experiência de formar o mesmo.

Nosso ego nos afasta do simples e tudo que possa nos proporcionar de bom e construtivo. Fala sério, você é um(a) preguiçoso(a) do caralho.

Aceite que o simples sempre será o suficiente. Uma hora não terá calçada para trocar ao encontra-la em seu caminho. Uma conexão só é entediante para ti se você sempre for o dono dos termos. Você sabe como funcionam. Siga traços diferentes dentre a sua simplicidade e verá a vida de outro ângulo. Torço por ti!

Você merece sentir. Seja ela a dor, seja ela a felicidade, seja ela a tristeza, seja ela a surpresa, o amor... E você vai! 

Aceite que está em um beco sem saida, e sua invencionice não será uma corda ou escada para que saia da mesma. 

O réu terá sua sentença, parcelada em todas as noites, em todas as madrugadas. É nesse momento, que você cumpre sua pena. Assim como a mim.

A procura da paz, no meu mundo incontante.

Eu lá sou mulher de esperar alguem me proporcionar alguma coisa? Mantenho o que me faz bem. E se um dia fizer mal, será a consequência do que assinei. Estou ciente. E covenhamos? Está sendo delicioso.

A gente se vê nas baladas, nos bares, nas estações, nas lembranças que o palácio da mente ou o mundo nos proporcionar.

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