Arrancado de minha garganta, sem menos ou mais, uma coisa bonita de forma abrupta. Existem vilões nessa história, inclusive um deles sou eu.
Vejo a órbita se locomover ao meu redor, o muito caiu por terra, o simples domina o espaço demarcado. A paz é o meu desejo principal.
Ter histórias de Caos é sempre um convite a noites em claro de conversas, de sentimentos e o desejo da falta deles. Submerso na tristeza e em cacos de um coração farpado, mas nunca restaurado.
Eu não tenho a fórmula mágica de resolver os seus problemas, eu não sou parâmetro, de uma das melhores mentes eventualmente pensantes, para se conviver. Erro. Erro muito, e por abraçar o ridículo ocasionalmente e me sentir constrangida por atos de origem incógnita.
Me lembro muito bem , do que guarda e não verbaliza, escondido em seus olhos amendoados, não me esqueço nunca do que é me dito, quando conveniente. Não me esqueço do dia em que, em prantos de uma noite não tão boa, verbalizou que fui o melhor toque que você já teve. E nessa noite, eu disse que não iria embora. Que não te deixaria, e não só naquele estado me referia. Anos se passam e aqui estamos. Nunca falamos sobre isso, não é mesmo? A sobriedade me mostra muitos atos que em momentos de ébria você me verbaliza. E a nossa regra é sempre acreditar de forma integral naquilo que é dito.
A paz é... Curiosa.
Não me esqueço dos dias em que você, sendo simples, me ensinou muito sobre a paciencia, e a resolução. Sendo um processo árduo pra mim. Nascer pelas relações e ver elas se tornarem um caos e me tornar um, escolher o caos para se alimentar, acredito em ser uma atitude natural. Mas isso mudou. E isso me mudou.
A certeza, o óbvio, o sentido de muitos pontos, o aprendizado, a presença, a ausência, a euforia e o silêncio se encaixam perfeitamente onde estão, e percebo o quanto me fodi pra chegar a essa conclusão, entender que meus atalhos eram falhos e sempre gerava o problema maior.
A paz por sua vez, sempre esperou o suficiente. O que, na primeira instância, sempre achei aquilo difícil, contornar o que tanto almejo. Não ' sorver' o momento e falhar, miseravelmente. A única vantagem de viver rápido era nunca ter tempo para sentir em demasia, o auge deles. A tristeza me amedrontou por muito tempo. No entanto, a paz sempre se entregou até o presente momento, objetivamente no que desejara. Comendo as bordinhas até chegar ao centro.
A paz se encaixa completamente na minha rotina, em meus objetivos e planejamentos atuais. Nunca tirando vantagem ou me atrasando em meus propósitos. Até porque desejar que eu me foda é exatamente a forma que vejo que compreende.
A permuta é coerente e deliciosamente satisfatória. Todas as relações em mais alto ou baixo grau, há um nível de troca. Não me sinto desvalorizada, muito pelo contrário, e vejo que a paz se sente bem. Eu ainda estou aqui.
A paz me gerou paciência e resiliência com ela, da mesma forma que aplicou a mim, e agora colhe frutos bons, o tempo. E sempre vou respeitá-lo, sendo grandioso, ou mais mixuruca possível. Eu tenho o dom da compreensão. A espera pelo suficiente. Você não me mata.
A paz não tem culpa, ela só causa, e a causa tem o seu efeito. Ela é o que é, do jeito que é, com as roupas que veste, com seu endereço anual e seu bigode cheiroso. Ela me causa o que é, e verbalizo, sem deslustre, que eu sinto. E ele existe. Eu não perdi.
Compreender o que é, é entender que um status é prejudicial, em dado momento para ambos. Ninguém levanta a bandeira branca pois sabe muito bem o que pode perder com ela, e com isso ambos. Vejo a sua ferida interna, e jamais desejo aprofundá-la, não estou próxima o suficiente de lá. Isso é seu. Eu estou aqui.
Abrir mão é um passo corajoso, e sinceramente o medo predomina, fico à deriva e não cruzo esse caminho se não estiver comigo. Precisamos nos entender antes de desejar, e me refiro ao nosso individual, o que o levou a perguntar "O que você quer"?
Porque, algo me diz que essa pergunta se direcionava a você?
O que eu quero é o simples, é o sólido, é a paz. Você é a minha paz. Esse é o seu efeito. Isso é o que você é. E depois de tanto tempo, por te conhecer, digo em todas as palavras.
E a minha conclusão não é tomada pelo texto que escrevo, mas a partir do momento em que pediu para que eu ficasse. Você teve a minha palavra ali, como tem agora.
Falando sério,
Roses.
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